Não pense que se trata de uma nova revolução sexual. O título acima se refere à atitude das mulheres perante a motocicleta. Cada vez mais elas estão trocando a garupa pelo guidão. Ou mesmo os ônibus lotados e o trânsito engarrafado por um veículo que as leve com rapidez e a um baixo custo ao destino. Prova disso são os dados dos condutores habilitados por categoria e sexo, tabulados pelo Denatran (Departamento Nacional de Trânsito) no ano passado.
As estatísticas revelam que, até dezembro de 2007, já existiam 2 137 286 mulheres habilitadas a pilotar motocicletas em todo o Brasil. O que representa o total de 17,3 % do universo de 12 296 681 mulheres condutoras de veículos automotores no país. Apesar de representativo, não é possível determinar se o número de mulheres habilitadas na categoria A cresceu nos últimos anos, pois o Denatran não fazia o cruzamento de dados entre categorias e sexo até 2006. Porém, o perfil dos compradores de motocicletas divulgado pela Abraciclo (Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares) indica que o número de mulheres que trocaram a garupa pelo guidão tem aumentado.
De acordo com a Abraciclo, em 1996, 16% dos compradores de motocicletas novas eram do sexo feminino. Dez anos depois, em 2006, esse percentual chegou a 24%. Levando-se em conta que, em 1996, as vendas ao mercado interno foram de 275 668 e uma década depois o número ultrapassou 1,28 milhão de motos vendidas, é possível perceber que as mulheres estão superando os preconceitos e se “aventurando” sobre duas rodas.
Embora os dados dos compradores de motocicletas em 2007 ainda não tenham sido completamente tabulados, Moacyr Alberto Paes, diretor-executivo da Abraciclo, adianta que o proporcionalmente não mudou muito. “Percentualmente não houve grande alteração, mas se levarmos em consideração que, no ano passado, foram vendidas cerca de 2 milhões de motos, podemos afirmar que o número absoluto de mulheres que compraram motos novas aumentou bastante”, explica.
Um bom exemplo de novas condutoras é a assistente administrativa Elaine de Fátima Pereira dos Santos, de 26 anos. Funcionária da Honda Serviços Financeiros, a jovem aproveitou uma promoção e adquiriu uma Honda Pop 100 em abril do ano passado. “Sempre quis pilotar moto. Quando comecei a trabalhar na Honda, atiçou minha vontade”, diz ela, que roda todos os dias 30 km entre sua casa, no Jardim Santa Cruz, em São Paulo, até a sede da empresa, no Morumbi. Como primeira vantagem da moto, Elaine aponta a economia de tempo.
Outro fator que a fez trocar o carro pelas duas rodas foi o bolso. “Antes gastava cerca de R$ 10 por dia com gasolina para vir de carro. Agora, gasto R$ 8 por semana com minha Pop”, comemora a jovem motociclista. Já a estudante de fisioterapia Andréia Alvarez, de 30 anos, encontrou no scooter Suzuki Burgman AN 125 um meio prático para conciliar as tarefas do dia-a-dia de dona de casa com os estudos.
“Com o scooter, consigo chegar a tempo às aulas à noite, pois todo dia tenho de buscar minhas filhas na escola”, conta ela, que mora no Jardim São Paulo e estuda em Santana, ambos na zona norte da capital paulista. Casada com o motociclista Sérgio, proprietário de uma Honda Valkyrie, Andréia sempre quis aprender a pilotar. No Natal de 2006, ganhou do marido o scooter de 125cm3. “Dei umas voltas, gostei e fui tirar minha carteira de habilitação. Adorei pilotar”, diz ela, que agora também possui uma Kawasaki ZX-11, usada em viagens com Sérgio. Mas o que conquistou mesmo a estudante foi a praticidade do veículo. “Não preciso me preocupar em encontrar vaga para estacionar. Ele cabe em qualquer lugar”, revela.
Andréia conta que suas colegas se encantaram com seu scooter e agora virou moda na sua classe.tabulados, Moacyr Alberto Paes, diretor-executivo da Abraciclo, adianta que o proporcionalmente não mudou muito. “Percentualmente não houve grande alteração, mas se levarmos em consideração que, no ano passado, foram vendidas cerca de 2 milhões de motos, podemos afirmar que o número absoluto de mulheres que compraram motos novas aumentou bastante”, explica.
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