O diretor de marketing da AME, Stefano Deho, afirma que o protótipo final da moto será apresentado no final deste ano. "Ele que vai guiar nossa produção", acrescenta. Mesmo sem datas e perspectiva de quantidade de produção, Deho afirma que a fabricação da moto bicombustível será iniciada junto com a inauguração da linha de montagem da empresa — atualmente, a Amazonas desenvolve os projetos no Brasil e os envia para a China, onde os produtos são montados.
Em relação ao preço, o executivo garante que a moto atenderá o segmento popular. "se a gente tirar o investimento inicial, o preço de um equipamento eletrônico é menor do que um equipamento analógico. Não é uma tecnologia que vá encarecer o produto", explica Deho, que diz não haver preço definido, mas considera o valor do investimento no custo final.
Segundo a fabricante, a nova motocicleta AME GA, além de permitir escolher entre gasolina, álcool ou ambos, e ter uma menor geração de gases do efeito estufa, trará uma economia de cerca de 25% nos gastos com combustível.
A previsão das duas empresas é que o produto impulsione o mercado de bicombustíveis em duas rodas, assim como aconteceu com a venda dos automóveis flexíveis. Neste ano, a fabricação de veículos com a tecnologia chegou à marca de 5 milhões de unidades.
De acordo com a Delphi, para adaptar o sistema flex para motocicletas foi preciso alterar a adequação da taxa de compressão, desenvolver uma nova bomba de combustível para trabalhar com álcool e criar um módulo eletrônico de controle da injeção, com novo software de calibração para controle da mistura de combustível, entre outras mudanças.
"O sistema vem substituir o de carburador. A princípio o funcionamento é semelhante ao dos carros", explica o diretor de engenharia da Delphi para América do Sul, Roberto Stein. Segundo ele, para que a moto consiga fazer a partida a frio, a cada três ou quatro abastecimentos será preciso acrescentar uma pequena quantidade de gasolina no tanque, o que dispensa o compartimento adicional de gasolina existente nos carros bicombustíveis.
O novo sistema para motocicletas já estará adequado aos níveis de emissão do Promot 3, lei de emissões de gases que entrará em vigor em 2009.
De acordo com o diretor da Delphi, outras empresas também negociam a implementação do sistema. "Temos conversado com vários fabricantes com interesse, mas faz tudo parte de negociações e do interesse do próprio mercado. O carro flex começou timidamente e, quando usuário final reconheceu a vantagem, o sistema se tornou popular", acrescenta.
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